sexta-feira, 25 de julho de 2008

Com vocês, a Tailândia.

Chegamos à Tailândia! Ou será que a definição melhor seria saímos da Índia? É difícil dizer, o que sei é que o vôo Mumbai Bangkok é um verdadeiro tele-transporte de volta ao mundo real. Nosso primeiro passeio no novo país foi digamos estranho. O que nos chamou a atenção não foram as atrações tailandesas e sim a ausência das coisas que já estávamos acostumados na Índia, a final, foi um mês por lá.

Andar pelas ruas da capital e não ouvir nenhuma buzina, ninguém te chamando, te oferecendo nada, te perguntando nada, nenhuma vaquinha, nenhum cocô??!! A gente olhava em volta quase de boca aberta e depois se olhava e não precisava falar nada, era óbvio que a gente estava pensando na mesma coisa. Estava dando quase vontade de se meter na frente do trânsito pra ver se pelo menos assim ouvíamos algum barulho e até que enfim escutamos o primeiro “Túk túk, sir?”. Ah que alívio, já estava dando até medo.

Pois é, na Tailândia os famosos auto-rickshaws são um pouquinho maiores e recebem o nome de túk túk. Estão por toda parte, de vez em quando alguém de aborda para oferecer, mas muito mais de leve que na Índia.

O importante é não dar atenção e principalmente não acreditar. Bangkok é uma verdadeira máfia dos túk-túks, que parecem estar todos interligados entre si e com algumas atrações turísticas. E uma coisa é fato, eles mentem e mentem muito.

Ah, e se alguém que tu não conheces por acaso te abordar na rua, mesmo que pareça um cidadão normal disposto a dar informações para um turista recém chegado, é bom ficar esperto. Pode ser que tenha um túk túk escondido ali por perto, ou que ele seja um aliciador de turistas para seu amigo motorista, hehe.

É sério, não dá pra dar mole porque se embarcar vai perder uma grana. Dessa a gente se safou, mas foi por pouco. No nosso caminho para atravessar o rio a vendedora de comida de rua (membro da máfia) nos disse que era melhor a gente não ir lá esse dia, que o preço para atravessar era 100 vezes (tipo 10 centavos pra 10 reais) mais do que realmente era... que estavam rolando algumas outras coisas de graça especificamente no dia em questão. O esquema e a lábia são tão bons que tu quase embarca.

Só que a gente tem uma arma da qual vamos ter que falar. É um livrinho que a gente carrega pra cima e pra baixo e se chama Lonely Planet, o guia de viagem. Nas nossas andanças pelo mundo a gente encontra muitos viajantes, fazendo pequenas e grandes viagens, muitos deles com o mesmo guia e outros não. Tem a turma do “eu abomino Lonely Planet”, que olha pra gente com preconceito, dizendo que eles gostam de deixar as coisas rolarem. Nós também, adoramos as coisas boas que acontecem sem a gente ter programado, gostamos de fazer tudo da maneira mais simples possível e sempre estamos atentos às dicas de quem esta viajando.

Mas não podemos deixar de dizer da mão na roda que foi ter o guia conosco sempre, principalmente na Índia, com todos os contatos de cursos confiáveis e horários de trens. Foi assim que quando a mulher tentou nos enganar, a gente abriu o livro, verificamos que o preço que ela estava nos falando era absurdo e nos safamos de entrar na roubada. A gente diz isso porque achamos mais fácil nossos amigos viajarem para cá do que para a China, por exemplo. Então quem vier, se puder comprar o guia de cada país vai estar fazendo um bom investimento. Estamos nos virando com o do Sudeste Asiático que algumas vezes já nos deixou na mão. E se tem um lugar no mundo onde o perrengue está sujeito a virar roubada é aqui.

Mas, falando de Bangkok, é um cidadão, toda entremeada de rios, legal a cidade. Todos os pontos turísticos mais famosos merecem sim uma visita, porque são realmente muito bonitos. O Wat Phra Kew, onde está o famoso Buda de esmeralda (que não tem mais que um metro de altura), o Grand Palace, O Buda Deitado e o Museu Nacional são todos bem pertinho um do outro, ou seja, dá pra fazer tudo a pé em um dia e ainda dá tempo pra atravessar o rio e ver o Wat Arun do ouro lado.

Os templos daqui com certeza foram alguns dos mais bonitos que já vimos. A grandiosidade parecida com a chinesa, mas com a arquitetura muito mais delicada e diga-se de passagem, muito mais cuidada. Ah, e não dá para esquecer que em dia de visitar templos e palácios tem que se sair muito bem coberto, nada de tomara que caia, blusa de alcinha ou camisa sem manga para os homens. Azar o calor, alguns poucos lugares providenciam a roupa adequada, o ideal á ir pronto ou levar na bolsa, se não corre o risco de perder o passeio.

No Sudeste Asiático em geral eles são muito preocupados com as coisas que segundo seus costumes podem desrespeitar a religião ou a cultura. Além do exemplo das roupas tem a questão da cabeça e dos pés. A cabeça é considerada o topo de uma pessoa, sua parte mais sagrada, portanto é de extrema má educação tocar na cabeça de alguém (cafuné em público, pode esquecer). Já os pés são comparados ao chão, é um desrespeito tremendo apontar a sola do pé pra alguém, e acreditem essa é a parte mais difícil de cumprir. Não é por mal, assim como eles estão acostumados a sentar de cócoras e na posição de lótus, nós ocidentais estamos acostumados a sentar no chão e pelo menos de vez em quando dar uma esticadinha nas pernas. Sendo assim o que acaba acontecendo? Sola do pé na direção do Buda. Na direção do Buda de Esmeralda, no meu caso (Aline), o que é pior, mas depois de levar algumas mijadas as coisas melhoram, hehe.

O centro de Bangkok é um aglomerado de shoppings e por lá passa o famoso Sky Train que pegamos para chegar ao Chatuchak Market, um dos maiores mercados do Sudeste Asiático. É, respire fundo e se controle. A esse é difícil de resistir, principalmente para a mulherada. Resumindo: dá vontade de chegar e comprar tudo, cada roupa, cada lenço, cada bolsa mais bonita que a outra. De acordo com a qualidade as coisas vão aumentando de preço, mas dá pra dar uma pechinchada.

Outro lugar pitoresco da cidade é a Khao San, uma espécie de rua 24 horas, onde estão a maioria das guest houses e onde todos os turistas vão parar. O lugar é um inferninho, 80% são bares, o resto é Burger King, 7 eleven, lojas de roupas, agências de turismo, cabeleireiros especializados em dreads, e banquinhas de comida de rua. Tudo feito para a galera não sair dali, só falta a redoma. Dá a impressão de ouvir uma voz dizendo: fique aqui, compre aqui, consuma aqui, e acreditem, é difícil, mas é possível sair. A rua não para mesmo, 5 da manhã o barulho continua seja que dia for e o turismo sexual rola solto por ali.

A gente queria porque queria conhecer o mercado flutuante, uma das primeiras coisas que nos vinha a cabeça quando pensávamos na Tailândia. Outra opção legal era a ponte do rio Kwai, que foi uma ligação estratégica entre Tailândia e Birmânia (atual Mianmar), destruída na Segunda Guerra Mundial. Pela primeira vez em nossa viagem optamos por um pacote. Seria mais rápido e confortável por cerca do mesmo preço que ir por conta própria. Acontece que o pacote incluía o transporte até um lugar chamado Tiger Temple, onde a entrada era opcional. Os cartazes mostravam um lugar muito especial, administrado por monges que viviam em sintonia com tigres. A gente viu o cartaz, mas decidiu que não iríamos entrar.

Chegando lá aquela história, já que estamos aqui vamos conferir. Um lugar muito estranho, meio em construção ainda, cheio de gente que rapidamente te botava no esquema sem dar tempo pra ti pensar. Passando de tigre em tigre enquanto eles tiravam fotos de ti encostando no bicho. Vários tigres, meio sonolentos, sendo alguns filhotes outros adultos.
Templo, não tinha nenhum, monge a gente só viu um, ou pelo menos um cara vestido de monge sentado num canto lendo jornal. Só deu tempo pra fazer uma pergunta antes da van sair “esses bichos estão drogados?”. A guria que se dizia voluntária no lugar disse que não, que eles estavam assim porque tinham recém se alimentado...sei.

Olha, essa foi a primeira vez que a gente se arrependeu de ter feito alguma coisa nessa viagem, por um lado não é mau porque lá se vão quase 5 meses. Por outro lado gostaríamos muito de saber que tipo de lugar é esse. Não é dada nenhuma informação sobre os animais, de onde vêm esses tigres, qual o propósito da criação, se há algum programa de preservação da espécie ou se dopam os animais para os turistas tirarem fotos com eles. E como forma de protesto não colocaremos foto de tigre coisa nenhuma aqui no blog.

A ponte do Rio Que Cai (Kwai) é num lugar muito bonito, mas não é nada mais que uma ponte. O resto é história. Agora o mercado flutuante, vale a pena! Chegar cedinho e ver as pessoas que vivem nas redondezas em casas flutuantes, passear de barquinho e depois andar pela volta. É mega turístico , tem até engarrafamento no rio, mas nem por isso deixa de ser legal. Com vocês um pouquinho mais desse cartão postal da Tailândia.

9 comentários:

Anônimo disse...

Ebaaaaaaaaaaaa Tailândia,heheheh!!
Amigos eu vi um programa a pouco tempo sobre a Tailândia e fiquei apaixonada, por isso eu estava ansiosa para ler a história de vocês!! Isso dos tigres é verdade, não estão drogados mas sim sonolentos!! Espero mais novidades beijos!! E cuidem-se!!

Leonardo Rios disse...

ahhh....chegaram a cidade do Blade Runner! A noite isso aí é muito futurística! Skytrain e outdoor luminoso por tudo que é lado!
Esse negócio da máfia do Tuk Tuk é inacreditável mesmo! Eu e meu primo quase caimos nessa também! É só abrir um mapa que uma mulher toda simpatica vem ajudar, tem que estar ligado!
A gente foi no mesmo dia no Mercado Damnoen Saduak e na Ponte sem pacote! Foi uma das maiores batalhas! Acho que com pacote deve ser mais tranquilo! Não fez um vídeo cantando a musica do filme quando cruzaram a ponte?
Não esqueçam de ir ver umas lutas de Muay Thai!
Outra...vocês já fizeram visto para o Laos? Não sei se vocês vão lá, mas a embaixada é aí em Bangkok e quando eu fui não dava para fazer na fronteira! Abração!

Leonardo Rios disse...

Augusto tivesse que alugar uma calça para entrar no Wat Phra Kew? Eu tava de bermuda e tive que deixar uma grana lá para entrar...e tava um baita calor!!

Anônimo disse...

Oi Augusto e Aline,
estou gostando muito da nossa viagem, além de estar com saudades de voces.
bjs
Tia Lili

Anônimo disse...

Ai ai... não posso nem me imaginar no Chatuchak Market.... q perdição... Como na Indonésia, em Bali, vcs vão ver... dá vontade de comprar tudo... prata, bolsa, bata, coisas pra casa...vou ficar suspirando aqui... Bjs!!!!

Anônimo disse...

Augusto,
Eu ia postar algo sobre a viagem e o blogger... mas bonito mesmo está esse seu bigode! Vc de óculos e bigodon... íncrivel! Eu ainda quero ser assim!

Anônimo disse...

Ai negrinha! Eu aki lendo e vendo as fotos...claro q a emoção bateu! Ainda mais de saber q uma pessoa tão querida é q está vivendo, sentindo o q me encantou e me transformou há uns anos atrás! Apesar dos pesares, o povo tailandês me ensinou muita coisa, tá...não vamos falar da submissão da mulher...essa realidade a gente "respeita" e segue em frente...mas a história de estar sempre sorrindo...rsrs
Te falei do mercado né?! Experimenta a salada de mamão verde APIMENTADÍSSIMA, é só pedir de sacanagem: papaya pok pok! Uma delícia! Um grande bj!!!
Chok dee lae kuam sook na!Claudinha

Anônimo disse...

Hello amigos! Ei Camila, mesmo assim, dá dó dos tigres porque não parece uma coisa natural, sabe.

Nanda, o mercado é massa,sofri para resistir a tentação.

Claudinha, provei a salada e me apaixonei e a Tailândia é sim um encanto.

Léo, perdemos de ver as lutas, mas nosso visto do Laos foi agilizado. Pegamos umas roupinhas sim, masnão tivemos que pagar, eles emprestaram. Sem noção, se cobrir dos pés a cabeça com um calor de rachar, mas se é assim que é a gente tem que se adaptar, hehe.

Galera, beijão pra vcs!Saudades sempre!

Anônimo disse...

Cada vez mais maravilhosa a viagem de vcs..Aline meu bem feliz aniversario atrasado, mas saiba que dia sete estava eu e a paulinha de porre e pensamos em ti...nossa que foda que foi a dengue que tu pegou, mas graças a deus estas melhor...love you e sempre mandando energias positivas