quarta-feira, 26 de março de 2008

Depois da indiada, a recompensa - NZ Costa Leste

Essa indiada vai ficar pra história, ficamos com preguiça de ler os mil folhetos de propagandas com coisas pra fazer no Abel Tasman National Park. Sabíamos apenas que queríamos andar de caiaque e passar bem perto dos lobos marinhos, como todo brasileiro resolvemos chegar e tentar um desconto lá mesmo. Acontece que chegamos em cima da hora da partida do barco, não tínhamos nos informado direito e entendemos que para alugar caiaque só se fossem dois dias de remada. Decidimos então ir com o barquinho, ver os lobos e voltar caminhando pelas trilhas do parque. A medida que o barco andava a gente se olhava e pensava, onde a gente se meteu? O lugar é lindo sem dúvida, as lobinhos muito fofos, mas 36 quilômetros de caminhada em trilhas íngremes ninguém merece. Acampamos a noite, um baita frio, pra comer só os sanduíches que havámos levado. No outro dia a caminhada prosseguiu, dessa vez tivemos que passar de pés descalços por uns alagados e riozinhos com uma água muito gelada. No caminho jogamos todos os jogos que sabíamos, cantamos, fotografamos os cogumelos e as paisagens para tentar desviar a atenção do cansaço, mas não teve jeito (qualquer semelhança entre Aline e pato na foto é mera coincidência).

De lá seguimos pra Nelson, uma cidade bem legal, com um solzinho pra nos aquecer e uma família pra nos receber. Ficamos na casa da Lee e Maria, um casal de mamães com dois filhos, a Pipi e o Saul. Foi tão bom estar numa casa de novo, o clima era ótimo, tudo colorido, brinquedos e livros por todos os lados, muita vida, as crianças sempre na nossa volta. Enfim, recuperamos nossas energias pra mais uma etapa da nossa jornada.

No caminho para Kaikoura existe uma grande colônia de lobos marinhos que vivem na beira da estrada, então é só parar o carro, descer e chegar pertinho deles. Seria bom se soubéssemos disso antes de ter caminhado tanto no Abel Tasmam.



Há um cânion submarino próximo a cidade, que concentra grande quantidade de plâncton e atrai muitas espécies de baleias, golfinhos, tubarões e lulas. Tivemos a sorte de ver o mergulho de 3 cachalotes, foi muito especial.


De lá para Akaroa, uma península que é um dos poucos lugares no mundo que abriga uma espécie específica de golfinhos, o Hector Dolphin. Eles são pequenininhos, rápidos, parecem de birinquedo. Advinha o que a gente fez? Fomos nadar com eles. Roupas com 5 mm para nos proteger da água congelante e tibum. Incrível, vários golfinhos passando pra lá e pra cá, desviando de nós. Pena que são muito rápidos, dá vontade de passar por tudo em câmera lenta.

Nos despedimos dos mamíferos marinhos e continuamos nossa viagem para Christchurch que é a maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia, sua população não chega a 350.000 habitantes. Dá pra acreditar? E toda a Ilha Sul deve ter em torno de 1.000.000 de pessoas. Todas essas cidades das quais falamos são bem pequenas, mas sempre com uma grande infraestrutura turística, organizadas e limpas.

Em Christchurch tivemos outros bons momentos. Ficamos hospedados na casa do Dave ou Camel Dave, como ele gosta de ser chamado, um coroa pode crer, gente finíssima. Colecionador de camelos, produz em casa seu próprio mel e vegetais (comemos um milho docinho delicioso). De quebra aproveitamos para escutar o ótimo repertório do ensaio da banda dele que estava rolando quando chegamos. Dormimos num trailer que ele tem só pros hóspedes, recebe muitos mochileiros como nós.

Agora estava faltando só mais uma parada antes de finalizarmos o nosso percurso. O famoso Mount Cook, que é o maior pico da Nova Zelândia com 3.754 m de altitude.





A estrada para lá é toda cercada de montanhas cobertas de neve, rios tão azuis que parece até que caiu tinta dentro. Que lugar mais lindo desse mundo.




E muito tranqüilo também, poucas pessoas, dá pra escutar o barulho do vento e dos passarinhos A sensação de ser um pequeno participante de uma natureza tão perfeita eleva o estado de espírito de qualquer um.



O último trajeto com nosso Logo foi de volta a Queenstown ao anoitecer. Nos nossos últimos dias na Nova Zelândia aproveitamos para descansar, passear pela cidade e tentar ter mais contato com as pessoas. Conhecemos vários brasileiros que trabalham lá, nos disseram que são mais de 2.000 só naquela cidade. Muita gente atrás de melhores condições e mais empregos que no Brasil.

Bem, para finalizar nossa postagem sobre a Nova Zelândia não podemos deixar de fazer alguns comentários. Primeiro: se você for ao Abel Tasman, faça um passeio de caiaque. Se você estiver com mais alguém, o meio mais barato de transporte é alugar um carro, as estradas são ótimas e dos visuais nem precisamos mais falar. Se você acha que sabe falar inglês reveja seus conceitos porque a galera aqui diz que esse é o seu idioma, mas fala qualquer coisa menos isso. Se você acha que existem kiwis na Nova Zelândia nos diga onde, porque não encontramos nenhum, achamos que são criaturas imaginárias como gnomos e duendes. Se você estiver meio sem grana, faminto e sem ter como nem onde preparar um rango, um boa pedida são as tortinhas vendidas nos postos de gasolina. Se você acha que está velho e acabado, que nada mais tem graça, só recebendo o dinheiro da aposentadoria e comendo na frente da televisão, venha para Nova Zelândia. Encontramos vários idosos de bem com a vida em todas as trilhas que fizemos, até nas mais difíceis.
Adeus New Zealand, mais de 3.ooo km percorridos, foi bom enquanto durou. Próxima parada Austrália.

6 comentários:

Anônimo disse...

Aline!!! Que sonho esta sua viagem, muito, muito, muito legal. Adoro ler as histórias, fico vibrando por ti! Beijos

Anônimo disse...

ps- adicionei o blog em meus favoritos. Beijos para ti e para o teu cara metade! hehe

rossana disse...

Queridos!!!! Bom demais ver o blog de voces e saber que estao bem e curtindo muito, cada vez que leio as postagens me da uma coisa de tao feliz que fico!!!
Grande beijo
Rox

Anônimo disse...

Amiga tu vai voltar fininha desse jeito,hahahah 36km,uau!!!! muitas saudades!!!!

Anônimo disse...

Gente até me arrepiei lendo sobre a viagem d vcs!! Vcs tem razão sobre as ovelhas, são seis delas para cada habitante. Milford sound é lindo queria ter ido, wanaka baita astral...Vi a tua fotinho nas maças, lembra q eu trabalhei lá colhendo... Abel Tasman maravilhoso lugar né, mas passei por um perrengue do gênero, só não dormi lá, mas quase perdi o bus d volta caminhando caminhando...Nelson baita astral tb... ai é tudo d bom, imagino como vcs curtiram!!! Ah e os kiwis só em parques mesmo... Gente, muito legal, continuem aproveitando!!!!! Beijão, sdade maluquete!!

Unknown disse...

Gente, é uma diversãaaaaaaao ler o blog de vocês!!! Saudade enorme!!!