
Olá Austrália! Depois de uma noite dormida no aeroporto para esperar o vôo que saiu na madrugada e mais algumas horinhas pra sobrevoar o mar da Tasmânia, chegamos ao nosso destino: Sydney. Deixamos nossas coisas no albergue, onde conseguimos uma revistinha com vários vales-cerveja e saímos para descobrir a cidade.

O percurso da nossa caminhada foi o das cervejas, é claro, que era basicamente pelos principais pontos turísticos. Ah, finalmente, depois de duas semanas secos na Nova Zelândia umas cervejinhas de graça desceram redondo.

O melhor é que era San Patrick’s Day e em vários bares haviam descendentes de irlandeses fantasiados, em cada esquina uma festa. Tá certo que de irlandês a gente não tem nada, mas participamos de várias.

Ainda deu tempo pra ver o anoitecer na famosa Opera House, que realmente é linda e enorme, estava toda iluminada, cheia de gente. De lá para o albergue onde finalmente teríamos o nosso merecido descanso em caminhas confortáveis. Acontece que tinha um carinha muito fedido lá dentro, quando a gente chegou de manhã o cara estava lá, quando voltamos, ele continuava na mesma posição, só o fedor que mudou, nesse caso aumentou. Mudamos de quarto e agora sim, uma boa noite de sono.

Do gelo da Nova Zelândia para o verão australiano. Dia para conhecer Bondi Beach, uma das praias de Sidney. Muita gente bonita, jovens, top less e surf. Sim, uma praia legal, com seu estilo, mas estava faltando emoção.
A solução foi o Royal Botanic Gardens, um parque tipo um jardim botânico no meio da cidade. Lindo, plantas de todos os lugares do mundo, tudo cuidado, colorido, com uma vista incrível da Harbour Bridge e Opera House.

O Preto se fissurou nos morcegos gigantes que eles chamam de flying foxes (raposas voadoras). Os galhos de quase todas as árvores ficam repletos desses bichos, quando chega o anoitecer eles saem em debandada para se alimentar e o céu fica coberto de morcegos.

O parque também tem várias outros bichos, em especial essas cacatuas que se aproximam procurando comida e pousam na galera, com isso dá pra ganhar um cafuné de cacatua ou um bom beliscão na orelha. Mas até o beliscão vale a pena porque elas são lindas e não é todo dia que uma cacatua selvagem pousa na nossa cabeça.

Nosso terceiro dia foi dedicado ao Darlig Harbour que é uma espécie de cais com várias atrações e ao Aquário de Sydney. Um bom lugar para se visitar, principalmente depois de conhecer o Aquário de Natal, onde os bichos ficam nuns tanques minúsculos. Aqui todos têm um bom espaço, são bem cuidados, dá pra ter uma idéia da vida marinha da Austrália. Espaços que reconstituem a grande barreira de corais, tanques com tubarões, tartarugas, crocodilos e os mais diversos peixes.

O que realmente impressiona em Sydney é a variedade de origens das pessoas. Tá certo que o Brasil é uma mistura também, mas no nosso país a miscigenação é grande. Aqui dá pra ver claramente de onde cada pessoa é. Os grupos são bem definidos e cada um continua seguindo seus costumes, sua moda, ou tentando fazer isso. Se ao atravessar uma grande avenida no centro você olhar com atenção para os dois lados com certeza verá um egípcio, um israelense, uma mulher de burca, uma indiana típica, vários asiáticos com diferentes estilos, europeus e alguns perdidos como nós. Somente negros não são tão comuns, mas também estão presentes. Ainda não vimos os aborígenes, um tanto estranho ver tanta gente de todos os lugares de mundo, menos os que originalmente deveriam estar aqui.

A Austrália é um país caro, mais caro que a Nova Zelândia, fast food aqui é sushi, ainda bem, pois temos comido vários. Alugar carro aqui nem pensar, caríssimo. A solução para subir até Cairns pela costa leste do país que é o nosso roteiro foi o bom e velho ônibus.

A primeira parada depois de Sydney foi em Port Macquarie. Uma cidade de praia, onde deságua um rio, os molhes são todos pintados e se você tiver tinta pode pintar sua própria pedra.

A cidade tem um hospital de Coalas todo equipado, atende principalmente queimados, atropelados ou com alguma infecção. A Aline se emocionou e quase ficou por lá para ser uma médica de coalas.
Em Port Macquarie ficamos hospedados na casa do Anthony, um cara que já comprou vários bilhetes de volta ao mundo como o nosso. Morou um bom tempo no Japão e hoje voltou pra ficar perto da família. Hospedagem 5 estrelas. Ele foi o segundo Djésus da nossa viagem, a primeira foi a Valeska no Chile (DJÉSUS = Jesus, aquele que veio ao mundo para nos salvar, daqui pra frente vamos nos referir assim aos nossos salvadores).

Ficamos num quarto só pra nós, com banheira e tudo do bom e do melhor. Na última noite um jantar com um vinho muito bom, tão bom que a Aline se passou e acabamos perdendo o ônibus para Byron Bay. Aproveitamos o dia de ressaca para descansar, escrever o blogger e participar da festa de 98 anos do avô do Anthony.

Chegamos em Byron Bay às 4:00 da manhã. A cidade é famosa por ser um lugar alternativo, com vários artistas, músicos e surfistas. Normalmente já é muito badalada, mas em especial nesse final de semana estava lotada por causa do East Coast International Blues & Roots Music Festival, que acontece todos os anos durante a Páscoa. Não havia vaga em lugar nenhum.

Esperamos o sol nascer na praia e já estávamos quase desistindo de ficar lá quando encontramos Sally, nossa terceira Djésus. Ela conseguiu um lugar num camping e uma lona pra cobrir a nossa barraca furada. Uma vez devidamente instalados, era hora de conferir a tão excêntrica Byron Bay. Um dos melhores lugares para o surf na Austrália, com praias lindas e uma atmosfera meio psicodélica, misturando vários estilos malucos de ser. Vários mesmo.

Em geral albergues e tudo que diz respeito a mochileiros são chamados de backbackers. Então, por todos os lugares por onde passamos existe uma grande infraestrutura e comércio destinados a isso. Uma verdadeira máfia dos backpackers. No final do nosso dia de Páscoa em Byron Bay estávamos famintos voltando para nossa barraquinha e uma turma de evangélicos estava monopolizando a praça, pregando e distribuindo lanches e bíblias para backpackers. Dá para acreditar? Até isso eles fazem, “The Backpacker’s Bible”.
Para finalizar nossa estadia em Byron fomos acordados de madrugada por uma algazarra animal. Muito barulho, dava até medo, não sabíamos que bichos eram, se os morcegos ou o próprio Batman. Mas que estavam enlouquecidos e pertinho da nossa barraca eles estavam. Adeus New South Wales, próxima parada Gold Coast.